Estamos na era da Madeira Plástica?

Como a utilização da madeira plástica no Brasil, vem ajudando a melhorar os índices de desmatamento no país e o que ainda falta para alcançarmos países como os Estados Unidos e do Continente Europeu

Começa a crescer no Brasil o uso de um material que permite evitar a derrubada de árvores para fabricar móveis: é a madeira plástica. Madeira é um produto em alta no mercado internacional e quanto maior a procura, maior a área de florestas derrubadas, mas hoje já é possível obter madeira sem precisar derrubar uma árvore sequer e o melhor, a partir dos plásticos que a gente descarta como lixo.

“Esse tipo de plástico é encontrado nos frascos de detergente, amaciante, água sanitária, xampu e todos os frascos de óleo do seu carro e outros que estão por aí”, fala o diretor de novos negócios da Star Deck Madeira, Eduardo Bovo.

Depois de triturado, e transformado em grãos, o plástico já está pronto para virar madeira. A madeira plástica é resistente ao sol e ao frio. Tem vida útil longa: dura em média 50 anos. É impermeável, fácil de limpar e manusear, e mais: cupins não gostam de plástico e se alguém colar chiclete ou pichar é simples de retirar.

Não há números oficiais sobre produção de madeira plástica no Brasil. O que se sabe é que o número de fábricas é muito reduzido e a madeira convencional lidera com folga a preferência dos consumidores. Bem diferente da situação nos Estados Unidos. No país, a madeira plástica chegou com força. É um mercado que já existe há aproximadamente 20 anos e a madeira plástica é usada em boa parte dos ambientes externos.

Os americanos gostam porque requer menos manutenção, resiste a mofo, não apodrece e o desgaste com sol, maresia, umidade é menor – 35% das varandas e pátios dos Estados Unidos são feitos com madeira plástica. São árvores sendo poupadas.

No Brasil, apenas numa fábrica, são produzidas 200 toneladas de madeira plástica por mês. Em seis anos de produção, evitou-se o corte de 180 mil árvores, o equivalente a 400 campos de futebol cobertos de florestas. Diante disso, fica a pergunta: o Brasil precisa mesmo desmatar para produzir madeira?

Segundo Eduardo, “todas as medidas ambientais são observadas e todas as práticas são tomadas na Star Deck, para que o processo seja entregue ao cliente, como deve ser. Imagine 400 estádios de futebol, cobertos de madeira? Estamos vivendo a era da madeira, mas a sustentável, a plástica. E o caminho para os próximos anos é se aproximar ainda mais dos números norte-americanos, para isso, já estamos com uma loja em Feira de Santana, na Bahia, local de rota para as grandes obras do Norte e Nordeste brasileiro”, explica.