Dr. José Augusto Nasser, neurocientista, fala que o problema pode atingir a saúde física e emocional dos pacientes
O número de pessoas com sequelas causadas pela infecção por Coronavírus vem chamando a atenção dos especialistas. Em média, 50% dos pacientes continuam sofrendo com os impactos gerados pelo vírus, apontou uma pesquisa realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A pesquisa também mostrou que as sequelas da doença vêm sendo permanentes em todos os quadros: leve, moderado e grave. Entre as principais sequelas estão: fadiga, afetando 35,6% dos pacientes; tosse persistente, 34%; dificuldades para respirar (26,6%); perda do paladar ou olfato (20,1%) e dores de cabeça frequente (17,3%). O levantamento ainda apontou que o vírus também afetou a saúde mental dos pacientes: 8% das pessoas passaram a ter insônia; 7,1% ansiedade e 5,6% tontura.
Segundo o neurocientista José Augusto Nasser, as pessoas que já tinham algum quadro de transtorno psicológico deveriam ter evitado acessar informações que atuam como gatilho para uma crise emocional. “Aqueles que já tinham diagnóstico de transtorno de ansiedade, síndrome do pânico e estresse pós-trauma, por exemplo, tiveram seus problemas agravados após terem acesso à muitas matérias jornalísticas com cenas fortes”.
Sobre a insônia, o Dr. José Nasser diz que a pessoa que teve sua qualidade de sono afetada, deve procurar auxílio médico para ser examinada, mesmo que não tenha sido infectada pelo vírus, pois alguns podem ter desenvolvido o problema em reflexo do ‘lockdown’ (período em que os governadores criaram restrições para diminuir o fluxo de pessoas nas ruas).
“A insônia é uma sequela não somente da Covid, mas também do “lockdown”. A incerteza e o medo provocaram transtornos psicológicos em muitas pessoas que já não conseguem mais superar esse mal se não tiverem auxílio médico”, completou.